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Memorial: Haline Freitas

  • Haline Freitas
  • 17 de set. de 2015
  • 4 min de leitura

Me chamo Haline Grazielle dos Santos Freitas, tenho 22 anos, moro com meus pais, minha irmã mais nova e minha tia em Valparaíso de Goiás.

Em 1996, quando tinha três anos, iniciei o maternal em uma escola que ensinava do maternal até a 4ª série e que ficava próximo a nossa casa, chamada Escola da Mônica. Permaneci nesta escola até a 2ª série. Minha mãe sempre me disse que eu comecei a falar bem cedo e tinha facilidade para aprender, assim, não perdeu tempo e logo me ensinou a ler. Assim, aos três anos, quase 4, já sabia ler e me comunicava bastante bem (palavras de minha mãe). Quando chegou o tempo de passar para o jardim I, a escola em que eu estudava excluiu o maternal, permanecendo apenas com o Jardim I adiante. Assim, as crianças que normalmente seriam matriculadas no maternal, foram matriculadas no Jardim I. Devido a convivência com crianças menores, eu comecei a regredir ao invés de progredir (também palavras de minha mãe). Hábitos que nunca tinha possuído, como: chupar dedo, usar fralda descartável, chupar chupeta, usar mamadeira, sendo que muitos destes hábitos já tinha deixado, e voltei a ter. Então, a direção da escola, a pedido de minha mãe, decidiu que o melhor para mim seria ser adiantada um ano, já que muita coisa já sabia. Então, graças a isso, eu sempre fui um ano adiantada.

Dos anos seguintes assumo não ter muitas lembranças, mas as poucas que tenho é de não ter muitos amigos ou um amigo apegado, mas lembro-me que na 1ª série, consegui fazer uma amizade que gostava muito. Seu nome era Gabriela. Ainda consigo me lembrar vagamente de seu rosto, mas creio que se a visse hoje em dia, não a reconheceria. Lembro de nos darmos bastante bem mas, alguns meses após o início das aulas, ela mudou de turno, passando para o turno da tarde e eu permanecendo no turno da manhã. Nunca mais tivemos contato depois disso.

Foi durante este período, entre a 1ª e a 2ª séries, que eu me lembro de ter sofrido o tão famoso bullying. Sinceramente, não me lembro de ser uma criança muito comunicativa na escola, apesar de as vezes minha mãe receber reclamações sobre “conversa paralela”. Devido ao meu nome ser escrito um pouco diferente do comum - Haline e não Aline - as crianças costumavam zombar de mim. Diziam que se pronunciava “Raline” e não “Aline”, e por menor que pareça, isto me incomodava, e o meu incômodo se tornava mais prazeroso para eles. Parando para avaliar, acho que é por isso que eu me incomodo tanto quando me chamam de “Raline” ainda hoje em dia.

Quando estava na 2ª série, ocorreram dois momentos “tensos”. Na minha classe tinha esta menina chamada Lívia. Ela gostava de fazer brincadeiras de mal gosto comigo. E eu era um alvo fácil, sempre fui pacífica demais. Um dia ela decidiu brincar de dar rasteiras. Estávamos em uma fila e repentinamente, ela me passou uma rasteira e eu caí com o rosto no chão. Machucou. Me lembro de ter doído bastante e meu nariz ficou muito inchado. Graças a este acontecimento, hoje eu tenho um leve desvio no septo. Ainda na 2ª série, houve outro incidente. Um garoto chamado Lucas um dia chegou na escola com “uma brincadeira nova”. Era aquilo de colocar uma mão sobre a cabeça de alguém e, com a outra mão, bater sobre a mão que estava sobre a cabeça da pessoa. Um dia ele foi fazer a “brincadeira” em mim, mas estava segurando um lápis na mão e quando ele foi acertar uma mão sobre a outra, a ponta do lápis entrou levemente na minha cabeça. Doeu. Sangrou. Creio que estes acontecimentos devem ter colaborado para a decisão de meus pais de me trocar de escola.

Em 2001, quando fui para a 3ª série, mudei de escola. Foi a primeira vez que estudei em uma escola pública. Posso dizer também que muitas coisas mudaram. Eu consegui fazer amigos aos quais eu me apeguei, consegui me expressar melhor, enfim, tenho boas recordações. Consegui fazer até uma “melhor amiga”.

No ano seguinte, mudei novamente de escola. Permaneci nela durante 4 anos. O período também foi muito agradável. Inclusive tenho uma amiga que conheci nesta fase e mantenho até os dias de hoje. Na 8ª série, fui novamente para uma escola pública, na qual estudei apenas um ano. Ao passar para o ensino médio, voltei a estudar em uma escola particular. Cursei os três anos do ensino médio nesta escola. Em geral, nunca tive problemas escolares. Sempre tive um bom desempenho e, fora algumas vezes em que fiquei de recuperação, acho que posso dizer que fui uma boa aluna. Me formei no ensino médio aos 16 anos, um ano mais cedo do que o comum, pelo fato de ser um ano adiantada.

Sempre ouvi de minha mãe (que também é pedagoga) e de vários familiares que eu seria uma boa professora, principalmente pelo fato de sempre ter me dado muito bem com crianças de diversas faixas etárias. Minha irmã é 11 anos mais nova do que eu e sempre fui eu quem a ajudou a estudar, fazer deveres de casa, trabalhos e etc. Creio que isto me ajudou bastante a melhorar minha didática. Por mais que às vezes me sinta bastante entediada por ter que ensiná-la, assumo que acabei adquirindo um apreço pelo ensino, principalmente porque ao ensiná-la, tenho a oportunidade de aprender novamente.

Apesar disto, durante muito tempo eu lutei contra este "destino", pois sabemos que a profissão de professor, apesar de ser, sem dúvida, a mais importante de todas, é também uma das mais desvalorizadas. Cheguei a concluir outra faculdade, a qual também me identifico demasiadamente, mas após ter uma boa conversa interna, resolvi que ser pedagoga me faria muito bem e por isso decidi investir nesta profissão que há tempos me "perseguia".

 
 
 

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