A Primeira Professora Brasileira com Síndrome de Down
- Haline Freitas
- 25 de set. de 2015
- 2 min de leitura

Débora Araújo Seabra de Moura, 33 anos, é a primeira professora com Síndrome de Down do Brasil. Débora trabalha há dez anos como professora assistente em turmas de educação infantil e primeiro ano do Ensino Fundamental em uma escola particular de Natal (RN) e é formada em Magistério em nível médio na Escola Estadual Professor Luis Antônio, em Natal, com estágio na Unicamp.
Em 1981, ano em que Débora nasceu, pouco se sabia no Brasil sobre a síndrome de Down. Crianças nascidas com a síndrome eram pejorativamente denominadas de mongoloides. Inclusive a mãe de Débora, Margarida Araújo Seabra de Moura, conta que no início não aceitava de maneira nenhuma o fato da filha ter nascido especial. “ Não aceitava de maneira alguma ter sido uma das “escolhidas” e admito: queria mesmo é que ela ficasse por lá, no hospital, e não viesse nunca mais para a minha casa. Queria que ela morresse.”

Hoje, além de professora, Débora é também autora de um livro de “fábulas inclusivas” infantis, atriz amadora formada em teatro, militante cultural e ativista dos direitos de doentes especiais. Estas, são conquistas impulsionadas em grande parte pela força incomum da mãe Margarida, que usou de toda a sua força e empenho para dar uma nova dimensão à vida da filha caçula após aceitá-la e decidir amá-la do jeito que ela é.
Débora afirma que durante o curso normal e também nesses dez anos de trabalho na Escola Doméstica, nunca sofreu qualquer tipo de preconceito. Em compensação, durante o ensino fundamental, sua condição especial foi tratada com preconceito ao menos duas vezes. Segundo Débora, em certa ocasião, um colega de classe virou para ela e gritou: “MONGOL!!!” a plenos pulmões e cheio de raiva. Mas ela conta ainda que a na época, a professora soube manejar bem o ocorrido e no dia seguinte deu uma aula explicando que mongóis são habitantes da Mongólia e ainda ensinou a todos o que é a Síndrome de Down. Ela fez com que uma atitude ruim se tornasse uma oportunidade para construir algo útil.
Débora acabou se tornando a musa inspiradora de muitas crianças com Down após seus pais e mais outros 15 casais com filhos Down fundarem a Associação Síndrome de Down em 1983, quando Débora tinha apenas 2 anos de idade. Ela jamais estudou em escolas especiais, que sempre foram consideradas por seus pais como “verdadeiros templos da exclusão e do trabalho preconceituoso e ilegal com essas pessoas”.
Ainda hoje, Débora consegue servir de exemplo para muitas pessoas, devido a sua força e perseverança e seus pais também, pelo fato de a terem tratado como alguém inválido que jamais conseguiria ter uma vida plena e satisfatória.
Fonte: Portal R7
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